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Anajô

24 de abril de 2009 Deixe um comentário
 

CONVOCATÓRIA

 

A presidente do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô, Helciane Angélica Santos Pereira, no uso das suas atribuições estatutárias convoca todos os membros associados para a ASSEMBLEIA GERAL e ELETIVA. A atividade será realizada no dia 25 de abril (sábado) às 19h, na residência do companheiro Allex Sander Porfírio localizado na Av. Gustavo Paiva, 2432, Mangabeiras (em frente à Sococo). Maceió-AL.

 

 

                           

Helciane Angélica Santos Pereira

Presidenta

 

 

____________________________________________________________________

 

CNPJ: 09110155/0001-55

Endereço para correspondências: Rua Manoel Porciúncula, nº 139, Jacintinho. Maceió-AL. Cep: 57040-100

Contatos: (82) 8831-3231 e 3356-5049 (Helciane) / 8893-9495 (Helcias) / 8882-0364 (Madalena) / 9999-1301 (Valdice)

Emails: mocamboanajo@yahoo.com.br / onganajo@hotmail.com

Blog: www. anajoonline.spaces.live.com

Categorias:Anajô

SHOW

21 de abril de 2009 Deixe um comentário

Olodum atrai multidão para a Serra da Barriga

 

A banda afro encerrou a primeira fase do projeto sociocultural promovido pela Fundação Sônia Ivar em parceria com a Fundação Cultural Palmares/Ministério da Cultura

Texto e fotos: Helciane Angélica
Jornalista / Integrante da Cojira-AL / Presidente do Anajô

Cerca de 3 mil pessoas se deslocaram no domingo (19) até a Serra da Barriga localizada no município de União dos Palmares, para prestigiar mais uma edição do projeto sociocultural no Parque Memorial Quilombo dos Palmares, que é promovido pela Fundação Sônia Ivar em parceria com a Fundação Cultural Palmares/Ministério da Cultura.

Na programação destacou-se a integração entre capoeiristas baianos e alagoanos em uma grande roda de capoeira. Participaram dessa atividade, integrantes do grupo Besouro Mangangá (BA) coordenado pelo músico, compositor e publicitário Tonho Matéria, e representantes de grupos locais como: Berimbau Dourado (Murici), Pôr do Sol dos Palmares (São Luís do Quitunde), Centro Cultural Quilombo dos Palmares (Maceió e Serra da Barriga); e grupos de União dos Palmares – Muzenza, Candeias, Negaça, Guerreiros de Aruanda, Capoeira Palmares e Raízes de Zumbi.

Porém, muitos foram até lá para conferir de perto os principais hits da banda afro Olodum. A banda de renome internacional, é um exemplo de popularidade e durante toda a sua carreira influenciou na formação de vários grupos alagoanos, em outros estados e países. Atualmente, é formada por 18 músicos: dois cantores, dez percussionistas, três metais, um guitarrista, um tecladista, um baixista, e os vocais Lucas Di Fiori e Nadjane Souza.

Zulu Araújo, presidente da Fundação Cultural Palmares, ao subir no palco fez agradecimentos às instituições parceiras e ressaltou que o projeto não realiza apenas shows artísticos, e sim, oficinas e cursos que estão ajudando na geração de emprego e renda, além de garantir a capacitação para o turismo étnico.

"Tem muita gente que é contra essas atividades daqui, e vocês que estão aqui precisam dizer que a Serra está limpa e tem atividades funcionando. Quero agradecer a todos os parceiros neste evento e principalmente os alunos do curso de turismo étnico, que precisam apresentar a Serra para o mundo, o maior patrimônio histórico do Brasil e também falar da importância do Parque Memorial Quilombo dos Palmares", declarou Zulu.

Para garantir a ordem pública e a segurança do local, trabalharam 40 homens do 2º Batalhão da Polícia Militar e nove agentes florestais. De acordo, com o tenente Carvalho, normalmente os eventos no solo sagrado são tranquilos, pois até agora não foram registradas ocorrências de prisões.

Na contra-mão


Também supreendeu a quantidade de pessoas que foram apenas por “oba oba”, ou seja, com o intuito de bebidas e azaração, não aproveitando também a oportunidade para contemplar cada trecho do patrimônio histórico, paisagístico e cultural.

No final das atrações, era visível o acúmulo de lixo no solo sagrado, mesmo tendo profissionais nos serviços gerais e catadores de latinhas; também teve um casal de namorados que insistia em transformar uma das placas informativas em encosto. Além disso, o fato que recebeu mais críticas tanto de militantes e turistas, inclusive, pessoas do exterior, foi a utilização de alguns espaços temáticos como uma das ocas e o Muxima dos Palmares (palácio) para o apoio dos artistas, no qual impossibilitou a entrada dos visitantes. Nesses espaços, foram instalados os camarins com sofá, cadeiras de plástico, toalhas, espelho, lanche e até banheiros químicos.

A estudante portuguesa de educação física, Joana Sofia Lins, participou de uma excursão organizada por uma entidade do movimento negro alagoano, com o objetivo de conhecer a história do Quilombo dos Palmares e também para curtir o show da banda conhecida mundialmente. "Eu adorei conhecer tudo na Serra da Barriga e o show, mas sinceramente eu acho mal ter que utilizar as instalações para fazerem de camarim, acho que poderiam utilizar uma estrutura anexa para fazer isso. A gente foi conhecer os espaços e estavam tudo ornamentado e não tinha nada haver com os ocupados", disse.

Continuidade

O projeto sociocultural no Parque Memorial Quilombo dos Palmares iniciou em outubro do ano passado, com a execução de shows, oficinas e cursos. Ao todo, foram formados 275 jovens em cursos de capacitação com carga horária de 40h. Para este ano serão investidos 331 mil reais em várias áreas de formação e capacitação na Serra da Barriga, além de 317 mil para a manutenção do Parque Memorial.

As atividades retornarão no segundo semestre, após o período rigoroso de chuvas que impossibilita a presença de visitantes no platô, porém já foi confirmada a verba federal no valor de R$ 4.200.000 para a pavimentação do acesso.
Categorias:Serra da Barriga

TURISMO

21 de abril de 2009 Deixe um comentário
 

União dos Palmares destaca riqueza étnico racial

 

O estande é um dos que se destacam na Feira dos Municípios, pois tem produtos confeccionados nos mais diversos materiais e com preços acessíveis

Texto e fotos: Helciane Angélica
Jornalista / Integrante da Cojira-AL / Presidente do Anajô

O município de União dos Palmares localizado na zona da mata alagoana teve um dos estandes mais atrativos na Feira dos Municípios Alagoanos realizada no Centro de Convenções de Maceió. Trouxe utensílios variados e que exaltam a riqueza étnico racial, afinal a cultura afro não poderia ficar de lado, já que na região, possui a Serra da Barriga – sede do Quilombo dos Palmares e palco da luta pela liberdade, que traz influências históricoculturais.

Estão sendo comercializados utensílios confeccionados com materiais diversos como: argila, fibra da bananeira, madeira, palha, além de serigrafia e produtos manuais. Os produtos na sua maioria são decorativos que representam o cotidiano do povo afro alagoano, e possuem preços que variam de R$ 0,50 a 150 reais.

“É uma oportunidade de divulgar a riqueza dos municípios e ter a integração entre eles, um ótimo espaço para ter conhecimento sobre o trabalho desenvolvido e conhecer Alagoas em quatro dias. Além disso, estimula a curiosidade dos visitantes em conhecer de perto o município e atividades desenvolvidas”, declarou Izabel Helena Maia Gomes, secretária municipal de turismo.

O município também demonstra a riqueza musical, nesta tarde, com apresentação da banda afro Nação Dandara.

Artesãos
Cerca de 10 artesãos são os responsáveis pelo material que estão sendo expostos, oriundos da cidade de União dos Palmares, sítio Camboje e a comunidade remanescente de quilombo Muquém.
No dia 25 de maio, a Prefeitura de União dos Palmares em parceria com o Sebrae realizarão um curso de capacitação com os artistas locais, a fim de aperfeiçoar a técnica e fornecer noções de empreendedorismo.

 

 

 

 

Dinho (sítio Camboje); Dona Irinéia e Dona Marinalva (Muquém); Linaldo (cidade)

CONFERÊNCIA

17 de abril de 2009 Deixe um comentário
 

Delmiro Gouveia sedia a primeira Conferência Regional da Igualdade Racial

Ciganos, negros e quilombolas dos municípios de Pariconha, Olho D’água das Flores, Major Izidoro, Poço das Trincheiras e Mata Grande estiveram reunidos nesta quinta-feira (16), no Clube Palmeirão, em Delmiro Gouveia. O encontro serviu para discutir políticas públicas para a Igualdade Racial entre os povos.

A iniciativa fez parte do primeiro encontro regional que reúne poder público, sociedade civil, organizações não-governamentais e segmentos mais vulneráveis para definirem propostas e ideias que servirão como base de discussão para a II Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial, a ser realizada em Maceió dia 21 de maio deste ano.

A abertura do evento contou com a presença da secretária da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, Wedna Miranda, que colocou a importância de o estado de Alagoas participar dessas discussões onde mostram o preconceito presente em um país composto pela diversidade.

Participaram ainda os secretários municipais de Governo e do Desenvolvimento e Assistência Social, João Edson Viana, que representou o prefeito Luis Carlos Costa, e Cristiana Marques Luna, respectivamente; e da diretora de Articulação dos Movimentos Sociais da Superintendência de Políticas e de Promoção dos Direitos Humanos, Josilene Lira.

“Estamos tendo a oportunidade de discutir com os segmentos e dentro do recorte de política nacional, o Brasil não fez seu papel quando falamos na geração de riqueza renda. Precisamos de uma política de qualificação e capacitação, da retomada dos estudos. A sociedade tem que deixar de ser intolerante”, destacou a secretária Wedna Miranda.

A representante do governo estadual ressaltou a importância da sociedade ficar alerta quanto a intolerância religiosa.

Pela manhã, foram realizadas as palestras “Compartilhamento da Agenda Nacional com o Plano de Ação de Durban”, ministrada pelo representante da ONG Anajô, Helcias Pereira; e “Gestão Pública, participação e Controle Social: Compartilhando o Pode de Decisão”, com a professora Ana Cláudia Laurindo. Apresentações de grupos de capoeira e musical abrilhantaram a primeira etapa da conferência.

As discussões e sugestões de propostas foram feitas pela tarde com os grupos temáticos, sobre os temas Gênero e Raça, Juventude Negra e Segurança Pública, Educação e Saúde, Trabalho, Emprego e Renda, Questões Indígenas, Ciganas e Quilombolas e Intolerância Religiosa.

No próximo dia 23, a conferência acontecerá em União dos Palmares, que receberá representantes de 29 municípios. Dia 30, será em Arapiraca com a presença de 32 municípios e 7 de maio o encontro será metropolitano e realizado em Maceió, onde receberá mais 10 municípios.

Os quatro encontros servirão como base para a II Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial, que será realizada também em Maceió dia 21 de maio deste ano, com o tema “Avanços e Desafios Étnico-Racial”.

O evento servirá para estabelecer diretrizes para a elaboração do Plano Estadual e avaliar a implementação do Plano Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, incluindo princípios e diretrizes aprovados na I Conferência Estadual e Nacional de Promoção, que aconteceu em Alagoas em fevereiro de 2005. O evento nacional será realizado de 25 a 28 de junho, em Brasília (DF). O evento é voltado ao público afrodescendente, praticantes de religiões de matriz africana, indígenas, quilombolas, ciganos, judeus, palestinos, juventude negra, gestores públicos, parlamentares, além de outros agentes de organizações da sociedade civil vinculadas ao tema.

“Nosso município está aberto a essas discussões para que possamos acabar com essas diferenças ainda existentes entre os povos. Um exemplo disso é a captação de recursos para investimento no povoado Cruz onde existe uma comunidade quilombola, por determinação do prefeito. Vamos aproveitar esse momento para enriquecermos as discussões sobre essa igualdade étnico-racial”, finalizou a secretária Cristiana Marques Luna.

Fonte: Assessoria
Categorias:Igualdade Racial

ALAGOAS

17 de abril de 2009 Deixe um comentário
 

Feira dos Municípios é oficialmente aberta na capital alagoana

 

Por: Helciane Angélica

Jornalista / Integrante da Cojira-AL / Presidente do Anajô
 

Foi oficialmente instalada nesta quinta-feira, 16, a terceira edição da Feira dos Municípios, no Centro Cultural e de Exposições de Maceió. A solenidade foi aberta com a execução do hino nacional conduzido pela banda de música do 59º Batalhão da Infantaria, teve o discurso do presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), e logo após foi iniciada a visitação pública.

Luciano Barbosa, presidente da AMA, destacou em seu discurso de abertura, a importância da terceira edição da feira, que serve para apresentar o que existe de melhor no estado de Alagoas. “Quero agradecer a todos os prefeitos alagoanos que vieram abrilhantar a terceira Feira dos Municípios que acontece pela terceira vez no Centro de Convenções e a quinta realizada em nosso estado. Queremos convidar todos os alagoanos para prestigiar essa impressionante amostra do empreendedorismo dos municípios e nossa capacidade de enfrentar a crise. Até domingo, será um espaço importante para mostrar o folclore e toda a nossa diversidade cultural”, ressaltou.
Estão sendo apresentados produtos diversificados como: artesanato, pintura, roupas, material decorativo, esculturas e comidas típicas – que possuem preços variados para atender todo tipo de público, além disso, na programação constam apresentações culturais em todos os dias do evento e no sábado, o concurso Garota Município a partir das 20h.
Neste primeiro dia de atividade, estiveram presentes vários prefeitos, secretários de cultura e turismo, deputados federais, empresários e curiosos. A feira funcionará até domingo (19), das 12 às 22h, e a entrada é gratuita.

Estandes
Ao todo, são 143 estandes distribuídos entre empresas, instituições e os municípios. Dos 102 municípios alagoanos, apenas 55 estão com estandes expostos, são eles: Arapiraca, Atalaia, Barra de Santo Antonio, Batalha, Boca da Mata, Cacimbinhas, Cajueiro, Campo Alegre, Capela, Colônia Leopoldina, Coqueiro Seco, Coruripe, Craíbas, Delmiro Gouveia, Estrela de Alagoas, Feliz Deserto, Girau do Ponciano, Jacuípe, Japaratinga, Jundiá, Limoeiro de Anadia, Mar Vermelho, Maragogi, Marechal Deodoro, Maribondo, Mata Grande, Matriz de Camaragibe, Messias, Murici, Olho D’Água das Flores, Olho D’Água do Casado, Ouro Branco, Palmeira dos Índios, Pão de Açúcar, Passo do Camaragibe, Penedo, Piaçabuçu, Pilar, Pindoba, Piranhas, Poço das Trincheiras, Porto Calvo, Quebrangulo, Rio Largo, Santana do Ipanema, Santana do Mundaú, São José da Tapera, São Luiz do Quitunde, São Miguel dos Campos, São Sebastião, Satuba, Taquarana, Traipu, União dos Palmares e Viçosa.
Categorias:Entretenimento

SERRA DA BARRIGA

13 de abril de 2009 Deixe um comentário
 

Anajô realiza projeto ‘Palmares in loco’

 

A entidade mescla entretenimento com aula de campo na Serra da Barriga – solo sagrado e palco da resistência negra

O Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô executará mais uma edição do projeto Palmares in loco durante todo o domingo (19.04), no Parque Memorial Quilombo dos Palmares localizado na Serra da Barriga em União dos Palmares. A visita coletiva consiste na explanação histórica sobre o Quilombo dos Palmares, mocambos e guerreiros quilombolas; além de dinâmicas interativas e trilhas especiais.
A atividade é ideal para professores, estudantes, pesquisadores, agentes culturais e formadores de opinião. Os interessados devem confirmar a participação até o dia 16 de abril (quinta-feira) e pagar a taxa de R$ 35, referente a excursão étnica, que inclui transporte e almoço.
Os participantes devem solicitar a ficha de participação pelo email onganajo@hotmail.com ou diretamente com os coordenadores da viagem. Mais informações pelos telefones: (82) 8893-9495 / 8862-3942 / 9919-0080. Vagas limitadas!

Show

Acontece também no domingo mais uma edição do projeto sociocultural no Parque Memorial Quilombo dos Palmares, desta vez com a banda afro Olodum (BA). O show é uma realização da Fundação Sônia Ivar em parceria com a Fundação Cultural Palmares/Minc.
 
 
Categorias:Anajô

ARTICULAÇÃO

13 de abril de 2009 Deixe um comentário

Entrevista: Carlos Henriques da Silva – CONEN

 

A Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEN) foi um dos pontos de pauta da assembleia do Fórum de Entidades Negras de Alagoas (Fenal) realizada no dia 09 de abril. O objetivo foi debater a importância da participação alagoana e conhecer a agenda política da instituição de respaldo nacional.
A entidade nacional esteve representada pelo integrante Carlos Henriques da Silva, que também é coordenador do Grupo Malungus na Paraíba. Atualmente, a Conen encontra-se presente em todas as capitais brasileiras e em Alagoas buscam restabelecer a comunicação e fortalecer o estado nas mobilizações nacionais.
Confira abaixo a entrevista que a jornalista Helciane Angélica – presidente do Anajô, integrante da Cojira/AL e editora da Coluna Axé – realizou com o representante da CONEN.

1. Qual a importância da rearticulação da CONEN em Alagoas?

Carlos Henriques: A CONEN sempre veio a Alagoas, atendendo o chamado da militância histórica do movimento negro a exemplo de Helcias Pereira e Zezito Araújo e alguns outros, que são expoentes do movimento nacional, especialmente de Alagoas, e nós tivemos alguns momentos aqui. Para nós da CONEN é de importância ímpar, participarmos desse momento histórico de retomada das ações do Fenal e torcemos para as organizações que participam dela, de fato, façam desse fórum um espaço de discussão teórica e decisão política para beneficiar a nossa comunidade negra de Alagoas, quiçá do país.

2. O Fenal ainda não é filiado ao CONEN?

Carlos Henriques: O Fenal não é filiado. Mas existem algumas organizações que participam do Fenal e estão interessadas no CONEN e estão se filiando nesse momento. Daí, a minha vinda para cá, para que se possa levar essa demanda para a discussão com a Direção Nacional.

3. Quais foram os objetivos desse primeiro encontro em 2009, entre a CONEN e o Fenal?

Carlos Henriques: Além de fortalecer o vínculo, nossa missão é também falar um pouco da nossa agenda política tanto nacional como as relações internacionais. Falar um pouco das discussões que estamos travando a nível de América Latina, reunindo todos os quilombos negros para o combate ao racismo e esse modelo político econômico excludente.

4. A CONEN é constituída por fóruns estaduais?

Carlos Henriques: Não é a filiação de fóruns. A base da CONEN tem essa denominação de fóruns de entidades negras nos estados, foi uma deliberação do 1º Encontro de Entidades Negras ocorrido no Pacaembu em São Paulo, em 1991. Agora, nos estados possui entidades, grupos de maioria negra que tem como missão a luta pelos direitos do povo negro nos aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais.

5. Em termos de quantidade, quantas entidades estão filiadas na CONEN?

Carlos Henriques: A CONEN está em todos os estados do país, e ela reúne hoje aproximadamente mais de 400 entidades. O processo de filiação é permanente, porque sempre há estados nos convidando para ir lá e discutir com as entidades interessadas, que tocarão a política na base.
6. Daqui para frente, o que a CONEN pretende fazer e contribuir para o movimento negro alagoano?
Carlos Henriques: Primeiro, a agenda política da CONEN passa pela defesa da aprovação de cotas e o estatuto da igualdade racial, assim como, na luta pela manutenção do Decreto que garante o título coletivo das terras às comunidades negras quilombolas, e hoje na Câmara há uma bancada ruralista (fazendeiros e latifundiários) que insiste em alterar o decreto do presidente Lula, que garante a regulamentação do Artigo 68 da Constituição Federal.

7. Em termos práticos, quais serão as ações em Alagoas?

Carlos Henriques: Nós vamos levar as demandas das entidades interessadas para a reunião da Direção Nacional, lá será decidido o que var ser realizado. Então, vamos avaliar as entidades, saber como elas são?; de que forma se dar a sua atuação?; em que campo atua?, se é uma organização que atua em políticas gerais?, se é somente com crianças, quilombolas, mulheres, juventude, educação, saúde… Enfim, tudo será levado para a Coordenação Nacional e a gente vai definir o que contempla para as demandas daqui. Mas, quem tem que dizer realmente são as entidades interessadas.
Categorias:Movimento negro

MOBILIZAÇÃO

13 de abril de 2009 Deixe um comentário
 

Fenal passa por reformulação

 

Por: Helciane Angélica
Jornalista / Presidente do Anajô / Integrante da Cojira-AL

Foi realizada na última quinta-feira (09.04), a primeira assembleia geral de 2009 do Fórum de Entidades Negras de Alagoas (Fenal), onde aconteceu uma análise de conjuntura do movimento local e a necessidade da participação alagoana na Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEN).

O encontro foi iniciado com os informes, logo após as pessoas que ainda faziam parte da diretora expuseram suas dificuldades e refletiram criticamente sobre o papel da entidade. Outro ponto importante foi a entrega do cargo de alguns coordenadores, inclusive, de Ana Paula Silva que se encontrava na condição de presidenta, onde informou que por problemas pessoais não teria condições de ficar no comando, mas que ainda ajudará nas ações. Além dela, desistiram Amauríco de Jesus (secretário geral) e por último, Maria Aparecida Moura (vice-presidenta) – na reunião só estavam presentes cinco representantes da diretoria.
A partir daí, foram três horas de intenso debate sobre o futuro da entidade, onde foram avaliadas as atividades executadas no atual mandato e o compromisso dos diretores e entidades filiadas – detectou-se que as irregularidades na ausência de assembleias e as faltas dos coordenadores, burlam o estatuto e desqualificam a entidade, já que burocraticamente não teria validade.
Dentre as propostas tiveram: substituir os cargos em vacância e garantir a entrada de novas pessoas; determinar uma comissão que pudesse trabalhar e definir a próxima eleição; ou criar comissões de trabalhos para resolver as demandas institucionais. Definiu-se que o melhor seria a implantação de uma comissão executiva, que deliberará todas as questões políticoculturais e administrativas, inclusive a reformulação do estatuto e organização da próxima eleição.
Com essa reformulação, os encontros serão ampliados e as demandas divididas de acordo com a área de desenvolvimento e segmento afro. O objetivo é fortalecer a instância máxima do movimento negro alagoano, com a constituição de comissões de trabalho: mobilização e articulação; projetos; ação cultural; educação; comunicação; relações institucionais e outras.

Entidades presentes

Participaram da assembleia, representantes do Bumba-meu-boi Excalibur; Capoeira Muzenza; Casa de Iemanjá / Ponto de Cultura Quilombo dos Orixás; Centro Cultural de Capoeira Quilombo dos Palmares; Centro de Cultura e Cidadania Malungos do Ilê; Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô; Centro de Educação Ambiental São Bartolomeu (CEASB) / Ponto de Cultura Guerreiros da Vila; Centro de Educação Popular e Cidadania (CEPEC); Centro de Estudos e Pesquisa Afro Alagoano Quilombo; Civilização Roots; Federação Alagoana de Capoeira; Grupo Axé Zumbi; Grupo Dandara; Núcleo de Apoio e Desenvolvimento da Capoeira (NADEC); Omin Omurewá; ONG Maria Mariá; Orquestra de Tambores; Pastoral da Negritude da Igreja Batista do Pinheiro; e União de Negros pela Igualdade (Unegro-AL).
A campanha de filiação permanecerá ativa, para a adesão de entidades que tenham interesse em fortalecer e unificar os ideais políticoculturais do movimento. O objetivo é reunir o maior número de entidades dos mais diversos municípios alagoanos e segmentos afros, os interessados devem entrar em contato pelo email: fenal.alagoas@yahoo.com.br.
Categorias:Movimento negro

SERRA DA BARRIGA

11 de abril de 2009 Deixe um comentário

 

           

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DEPOIMENTO

6 de abril de 2009 Deixe um comentário
 
Projeto Palmares in loco – Visita à Serra da Barriga
 
 
Cibelle Araújo
Atriz e Jornalista
Assessora de comunicação – ONG São Bartolomeu
 
 
 
"No dia 27 de março tive uma experiência inesquecível, visitei um templo, um reduto de imortais. Pela primeira vez na minha vida subi o morro e visitei a Serra da Barriga. Não vou dar meu testemunho da importância histórica do lugar ou do que ele representa para a nossa cultura, opinião que seria a mais adequada para uma jornalista, mas prefiro falar da minha experiência pessoal. Em determinados momentos durante o percurso, me perguntava se eu tinha o direito de estar ali, pois o terreno é tão sagrado que a nossa alma se sente insignificante diante de tamanha grandeza. De repente uma paz emergia diante das paisagens e de toda a simbologia do lugar. Em vários momentos fiquei afastada do grupo, às vezes para fazer o registro fotográfico da viagem que era a minha função, outras vezes por querer ficar só observando tudo aquilo. Naquele templo, tudo fala, tudo respira, tudo vive. Sai de lá no fim do dia, não sei se uma pessoa melhor ou pior, mas com um sentimento diferente. Algo em mim mudou, minha alma não é mais a mesma. O sangue dos meus antepassados agora andam comigo para onde eu for. E não vejo a hora de voltar lá para sentir aquele ar, aquele sol, aquele verde, aquela vida."
 
 
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