Alagoas participa do Seminário de Abertura do Ano Nacional da Mulher APNs
Integrantes do Anajô prestigiam ensaio da Banda Afro Mandela
Por: Helciane Angélica
O domingo (05.02) foi bem agitado e especial para a cultura afro-alagoana! E o Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô – APNs de Alagoas – não poderia deixar de ir, estavam lá: Allexsander Porfírio, Filomena Felix, Helciane Angélica, Helcias Pereira, Jaelson Silva, Marcélia Santos, Pablo Yooung e Valdice Gomes.
Em frente ao bar La Rosa Mossoró, no bairro do Jaraguá em Maceió, teve o encontro entre o Maracatu AfroCaeté e a Banda Afro Mandela, que protagonizaram o “Tambores na rua”. A banda afro teve início em 1989, e estava parada há alguns anos… Helcias e Jaelson, não resistiram e pegaram os instrumentos que tanto tocaram.
Em pouco tempo, curiosos e representantes de várias entidades do movimento negro alagoano foram chegando para acompanhar os clássicos das bandas afros, dançar bem muito e rever amigos. O próximo encontro está agendado para o dia 04 de março. Estaremos lá!
Companheiros da Banda Afro Mandela retornam aos batuques
Celebração dos 30 anos dos APNs ganha novos parceiros
Texto: Helciane Angélica
Foto: Mestre Claudio
A articulação preparatória para o aniversário dos 30 anos dos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs), caminha de forma favorável em Alagoas!
Durante a visita política em nosso Estado, do Coordenador Nacional Nuno Coelho, ocorreu no dia 23 de janeiro uma audiência na Secretaria da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos, com a Secretária Kátia Born, e Clébio Araújo, Vice-Reitor da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal).
Na ocasião, foi realizado um breve histórico sobre a entidade nacional, suas principais atividades e atuação no Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR). Também foi apresentado o projeto para a celebração dos 30 anos que ocorrerá de 13 a 17 de março de 2013, e contará com uma programação bem heterogênea.
A Secretária Kátia Born após analisar as propostas do evento, já deixou confirmado a parceria do Governo do Estado de Alagoas, com a disponibilização do Teatro Deodoro e o Centro de Convenções de Maceió para a realização das atividades. E a Uneal, estará diretamente envolvida na organização do Simpósio para rememorar a trajetória da entidade em todo o Brasil, com depoimentos de militantes históricos e análise técnica de pesquisadores; além da publicação de um livro com os resultados.
Também estiveram presentes, os integrantes do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô: Helcias Pereira, Allexsander Porfírio, Valdice Gomes e Mestre Claudio, que atualmente encontra-se como Gerente Afro Quilombola da Secretaria Estadual e possibilitou o agendamento da reunião.
Fátima Santiago se reúne com integrantes dos APNs
A entidade nacional do movimento negro completará 30 anos no próximo ano
Conversa descontraída entre: Filomena Félix, Allex Porfírio, Nuno Coelho e Fátima Santiago
No dia 24 de janeiro de 2012, no Restaurante Bodega do Sertão em Maceió, a Vereadora Fátima Santiago (PP) esteve com integrantes do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô – grupo alagoano vinculado à entidade nacional do movimento negro, os Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs) – e o Coordenador Nacional, Nuno Coelho.
Durante o almoço de cortesia, foram discutidos: políticas públicas nacionais destinadas à população afro-descendente e a importância de ter uma parlamentar que defende a causa, ainda mais, sendo a única vereadora negra na Câmara Municipal de Maceió. Ainda foi reforçado o convite para que ela participe do Seminário Nacional e Lançamento do Ano da Mulher APNs, nos dias 10 e 11 de fevereiro, em São Leopoldo (RS).
E o ponto central do encontro foi o aniversário dos 30 anos dos APNs. Nuno Coelho está na capital alagoana para cumprir uma agenda política de articulação para a celebração, que acontecerá de 13 a 17 de março de 2013, nas cidades alagoanas de Maceió e União dos Palmares, e contará com a presença de integrantes de vários mocambos, autoridades e convidados.
Compromisso
Também afirmou que apresentará um requerimento com a indicação da entidade para receber ainda neste ano a Comenda Zumbi dos Palmares (Resolução nº492 de 09/08/98) outorgada a personalidade, entidades e instituições que tenham se destacado na luta pelo fim da descriminação cultural, racial e de cor sofrida pelos negros.
Fátima Santiago mesmo com o pouco tempo envolvida com a história dos APNs, tem demonstrado admiração pelo trabalho desenvolvido. Já frequentou atividades sócio-políticas e culturais realizadas pelo Anajô, a exemplo do Tambor Falante, “Uma por santo – feijoada entre amigos” e do “Palmares in loco”. Também foi uma das participantes da primeira etapa da Escola Nacional de Formação, onde ampliou seus horizontes sobre a luta no combate do racismo e na efetivação de ações afirmativas. A sua filiação foi oficializada em julho de 2010, na cidade de São Paulo. (Leia também:Fátima Santiago participa de formação étnicorracial em São Paulo).
Fonte: www.fatimasantiago.com
Decreto Governamental: Pedido de perdão ao Quebra de Xangô
Foto: Agência Alagoas |
Xangô Rezado Alto celebra a Memória do conhecido “Quebra de 1912”
Na próxima quarta, 01 de fevereiro, uma importante página poderá está sendo escrita na história de Alagoas, enquanto outra será virada. Há 100 anos um dos episódios mais tristes do estado estava em curso, com a destruição de todas as casas de matriz africana de Maceió, o que causou feridas que até hoje estão abertas e com as quais convivemos e sofremos.
Da destruição e perseguição dos seguidores e admiradores da cultura afro-brasileira, muitos se sentiram obrigados a abandonar sua cidade e mudar-se para outros estados, ajudando a desenvolver sua cultura em novos ares em estados como Pernambuco e Bahia.
Para marcar esse centenário e trazer a discussão sobre a intolerância religiosa e cultural, a Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL) realiza neste ano o projeto Xangô Rezado Alto, uma referência antagônica do que ficou conhecida a prática de se celebrar seus ritos com os atabaques sendo tocados timidamente, ou simplesmente baixo, o que ficou conhecido por “xangô rezado baixo”.
A ideia surgiu de uma série de fatos e ações desenvolvidas por seguidores, populares, estudiosos e admiradores da cultura afro em Alagoas, como os professores universitários Edson Bezerra, Rachel Rocha, Clébio Araújo e do saudoso Marcial Lima, quando estava a frente da Fundação Municipal de Ação Cultural em meados dos anos 2000. Outros dois movimentos lembrando o episódio ocorreram em 2006 e 2007, sempre com a participação popular, mas ainda com pouca força.
O projeto “Xangô Rezado Alto – o centenário do Quebra” surgiu de uma inquietação da nova gestão da UNEAL, hoje representada pelo reitor Jairo Campos e do vice-reitor Clébio Araújo, que procurou à época (2010) o consultor para projetos culturais, Vinícius Palmeira, para formatação e tramitação do projeto no Ministério da Cultura, culminando, no fim de 2011, na aprovação e liberação de recursos federais oriundos do Fundo Nacional de Cultura.
Logo em seguida as Federações e Comunidades Terreiros de Alagoas foram convidadas a participar do projeto, e assim uma forte aliança entre a academia e o popular foi formada, em prol de uma das maiores manifestações culturais que o estado já viu, não para protestar ou festejar, mas para celebrar a memória, com paz, de um fato determinante para a formação histórico-cultural do alagoano neste último século. Além de uma grande rede de parceiros que aderiram ao projeto como UFAL, Federações e Comunidades Terreiros de Alagoas, CESMAC, Secretaria de Estado da Cultura, Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, ITERAL, IHGAL, IPHAN, Secretaria de Estado da Educação, BRASKEN, Articulação da Cultura Popular e Afroalagoana e IZP.
“Esse é um projeto fundamentado em diversas ações realizadas por nós e tantas outras pessoas, há pelo menos 07 anos junto ao movimento negro e manifestações culturais de matriz africana em Alagoas e isso só se concretizou graças à união de todos”, explicou o vice-reito da UNEAL, Clébio Araújo.
Segundo o Reitor Jairo de Campos, “A UNEAL vive um momento de maior aproximação com a comunidade e os movimentos sociais, e esse episódio é bastante emblemático, por isso pretendemos dar mais visibilidade às manifestações de cultura negra em Alagoas e buscamos no Ministério da Cultura o apoio financeiro para isso, com uma contrapartida nossa e juntamente com outros parceiros. Desta forma, assim, podermos demonstrar o poder de reação e resistência, elevando a auto-estima do povo alagoano, num trabalho que iniciou-se em outubro de 2010 e que agora colocamos em prática”.
O projeto inicia-se nesta próxima quarta (01), mas se estenderá até o mês de maio com ações como seminário, congressos, prêmio cultural etc… pondo em discussão tudo que cerca, não só o fato do “quebra” em si, mas também os anseios e necessidades de todo um movimento sócio-religioso e cultural.
O Cortejo
No dia 01 de fevereiro acontecerá um grande cortejo reunindo babalorixás, yalorixás, ogãs, artistas, grupos, admiradores e populares que juntos sairão, vestidos de branco, às 15h da Praça D. Pedro II (Praça da Assembleia), percorrendo a Rua do Sol, fazendo duas homenagens: uma à Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, que nasceu capela, e foi edificada por iniciativa dos negros em 1820; e outra homenagem ao prédio do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (IHGAL) onde hoje está guardada a Coleção Perseverança, composta de peças que escaparam ao fogo à época e foram recolhidas pelos pesquisadores Abelardo Duarte e Théo Brandão junto à Sociedade Perseverança e Auxílio dos Empregados do Comércio de Maceió, onde ficaram guardadas durante décadas,compondo hoje o acervo do IHGAL.
Após essas homenagens o cortejo seguirá para a Praça Mal Floriano Peixoto (Praça dos Martírios) onde uma grande congregação cultural acontecerá, após a realização de um fato inédito na história do Brasil, quando o Governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho, assinará um ato onde, oficialmente, o Governo de Alagoas pedirá perdão às comunidades terreiros e ao povo alagoano pela barbárie cometida em 1912. Não se tem registro de nada parecido. Um chefe do executivo estadual pedindo perdão por um ato de extrema crueldade e intolerância religiosa. “Não há dúvidas que este será um fato que ficará para a história, pois pela primeira vez o governo estará reconhecendo a violência praticada no passado, dando-lhe um caráter oficial, e ao mesmo tempo, pedindo perdão por isso”, constata o Antropólogo e Sociólogo Edson Bezerra, estudioso do assunto e um dos incentivadores e colaboradores de todo esse movimento.
Após esse ato oficial segue uma programação cultural que se estende também ao dia seguinte, conforme a programação abaixo:
Dia 01 de fevereiro
18h – Hip hop – Guerreiros Quilombolas
19h – Afoxé Oju Omim Omorewá
20h – Wilma Araújo “70 anos de Clara Nunes”
21h- Igbonan Rocha em “Coisa de Nêgo”, com participação especial da Escola de Samba Girassol
22h- Orquestra de Tambores
23h- Vibrações
Dia 02 de fevereiro
Praça Mal. Floriano Peixoto (Praça dos Martírios)
17h- Banda afro Gifá Lomin
17:30h– Malungos do Ilê
18h- Maracatu Raiz da Tradição
18:30h- Projeto INAÊ
19h – Guerreiro Vencedor Alagoano (Mestre Juvenal)
19:30h-Afoxé Odô Iyá
20:30h- Jurandir Bozo com o show “Pros pés”, com participação dos grupos de coco de roda “Xique-xique”, do Jacintinho e “Pau-de-arara”, da Pitanguinha
21:30h- Mariene de Castro (BA)
Segundo a organização, a ideia é que essa celebração aconteça anualmente, como lembra o Diretor Geral do projeto, Vinícius Palmeira: “O que queremos é que essa data se firme no calendário de eventos de Alagoas para que possamos dar mais visibilidade ao movimento, mas também contribuir para o aumento da auto-estima do alagoano… pois o que queremos é criar a Noite do Xangô Rezado Alto”, concluiu.
Quem quiser mais informações, é só acessar o blog do projeto, que já se tornou em pouco tempo, uma ferramenta essencial de pesquisa sobre o tema: www.xangorezadoalto.blogpost.com
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